domingo, 29 de julho de 2012

Mais um ponto e vírgula.



Queria entregar um novo poema.
Deixar marcado no mês um verso novo.
E na gaveta mofada de bugigangas.
Folhas soltas com rimas foram achadas.
Estava assim solucionado.
Meu desejo de mais uma vez aqui estar marcado.
Minhas canções sem melodias.
Minhas ideias loucas sublinhadas.
Ao ler e muito reler.
Desisti do tão simples pensamento.
Reaproveitar ideias antigas.
Soa tão pequeno, quanto versos desesperados.
Voltaram foi para a gaveta.
Para em um futuro próximo serem relidas.
E novos versos assim brotaram.
E uma nova marca escrita.
Na noite fria de inverno.
Ao som da chuva companheira.
Talvez novas canções silênciosas floreçam.
Assim antes que de mim amanheçam.
Agora tranco a gaveta.
Se despendindo do poeta do passado.
E assino com ponto e vírgula.
Um novo poema, a espera de outro.
Que aqui possa ser sempre relembrado.

Caderno velho de infância.



Encontrei um velho caderno rasgado.
Folhas rabiscadas de grafite.
Encontrei um eu há muito esquecido.
O eu poeta menino.
A rima fraca e ginasial.
Versos falando de amor.
Frases que o tempo deixou se apagar.
Encontrei um poema distante.
O amor que se perde vagante.
E nas frases e versos de um menino.
Encontrei o eu criança.
Que escrevia passeando entre vírgulas.
Um ponto fora do lugar.
E um parafrasear inocente.
Meu caderno velho de poemas.
De muitos versinhos esquecidos.
Guardado sempre entre grafites e tons azuis de caneta.
Estão os sonhos da meninice.
Sorrindo pra mim e fazendo careta.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Pode?



Podia falar de saudade.
Ou até de sentimentos passageiros.
Podia escrever em muitas fontes...
Ou com lápis colorido ou ponta de giz.
Podia rabiscar o assoalho, ou pintar a parede de rosa.
Quem sabe gravar com voz melosa.
Podia dizer te com ternura.
Ou com lágrimas gritar em desespero.
Posso pegar sua mão e correr.
Ou então voar com vc no colo.
Posso, eu também posso e mais isso posso.
Tudo contigo eu posso.
E o amor através de tudo.
Posso te dar com coração desnudo.
Podia falar da saudade...mas você está sempre...
e pra sempre aqui do meu lado.

Paz que a ele liberta



Passeava por muitos versos tristes...
e de mãos dadas com a agonia trilhava só seu caminho.
Parecia que o poeta que fazia jus a seu talento...
da tristeza e dor deveria cantarolar.
Poema bom ja nascia morto, morto da infelicidade que carrega.
Quando soprou naquela tarde um vento permeado de sorrisos...
o menino ficou paralisado.
O que são esses versinhos felizes e engraçados?
Quebrou o veu de vidro que o cercava.
Posso escrever da alegria que a porta bate?
Pode um poema nascer pra vida de roupa colorida e dando corda?
Sorriu...
E rindo sozinho logo pegou caneta e papel.
Lá ia surgindo um momento ímpar.
Pode sim ele escrever da alegria que cerca.
Pode ele falar da paz, que agora o liberta.