quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Um poema simples.







Um dia ele foi um simples poeta.
Como aqueles que falavam de amor.
Que aprendia em seus versos a rimar sua dor.
Em cada frase queria encontrar um significado.
Amor, saudade... Apenas parecia tudo errado.
Escrever melodias prontas.
Ou cantar versos que não pertenciam.
Jogar com palavras soltas.
Os amores que calados adormeciam.
Um dia ele foi um simples menino.
Como aqueles que corriam na rua.
Que aprendia em cantigas de ciranda.
A separar o mundo de adulto e o de criança.
Gritar, pular... Apenas parecia nunca acabar.
Escrever melodias soltas.
Jogar com palavras prontas.
As alegrias que eufóricas sorriam.
Um dia ele foi um simples prelúdio.
Como aqueles que passam despercebidos.
Que aprendeu a não ser lembrando.
Em cada frase queria se fazer notado, queria.
Sonhos, esperança... Apenas parecia por elas lutar.
Escrever e cantar.
Soltas e prontas.
Jogar, perder ou ganhar.
A vida, o futuro e tudo mais incerto.
Um dia ele foi esse poema.
E rimou, cantou e versos fez.
Escreveu e releu.
Tantas vezes que pode.
Essas palavras de quem sou eu.

Aquela foto amarelada pelos anos.







Foi numa canção careta.
Em uma foto polaroid já há muito envelhecida.
Na memória que é teimosa; não quer se perder.
Foi no quadrinho preto e branco, esquecido lá no baú.
E no bilhetinho guardado já amarelo dos anos.
No tempo.
Nas entrelinhas.
Na paisagem que se desenha na lembrança.
Nas palavras que ainda vagam solitárias desde aquele dia.
No vácuo do espaço-tempo.
Na sua mente e na minha.
O beijo que marcou aquele dia.
Nossa última despedida.

Quando o mesmo é mais que o bastante.




E mesmo assim tão longe.
E mesmo assim meio despercebido.
E mesmo parecendo ausente.
E mesmo que por apenas um instante.
E mesmo que nada mais tivesse valor.
E mesmo que só um olhar mantivesse a esperança.
E mesmo além da morte.
E mesmo além da sua ausência.
Mesmo assim.
Eu viveria mais um pouco.
Para te ver assim sorrir.