segunda-feira, 30 de junho de 2014

Canções



"Palavras pequenas..."
Olhar de ausência.
Um abraço que foi recortado...
Da lembrança do outro.
Do sonho de nosso passado.

"Nada mudou..."
A mão continua escorregando.
O sorriso perdido nas entrelinhas.
A indiferença cortando como aço.
E o meu amor um hara-kiri sem dor.

"Você vai lembrar..."
Do amor que ficou...
                     (lágrima que cai...)
Do beijo que o vento carregou.
                     (...ainda não secou)
Do meu coração que junto com o vento...
                     (...alma que se vai...)
Teu ingrato amor arrebatou.
                     (...sentimento que se acabou.)

Machê escuro



Em branco não há de ficar...
Tão pouco vazia.
Pois de versos sempre marcou.
O papel machê sem brilho...
A tela que preparei sem cor.
O amor de que ao lado deixei...
Descrente, cético, e mudo...Pois assim...
Hei de ficar em luto...
Eterno querer absoluto...
Poeta carrancudo...
E maluco, rabiscando um papel sujo...
Termino esse verso incompreendido.
Escrito assim no meu escuro mundo.

Apostasia



Lá do longínquo dos velhos dias.
Da meninice do meu passado.
Do hiato de minha inocência.
Guardei as pequenas palavras que componho agora...
Tímido.
Inseguro.
Doído.
Amargo.
Assim escrevo:
"- Um dia quero ser gente grande, abraçar o mundo e ser feliz..."