quinta-feira, 28 de maio de 2020

Por vir

De todas as coisas que eu fiz.
Ou da vezes que menti.
Havia no coração uma prece.
Algo em preto e branco.
Como um pedaço daquele livro que li.
Dos versos que ouvi também de ti.
Parte do todo que achava já ter encontrado.
Mas outrora marcado, foi de nós perdido.
Mas não é tão simples assim.
Das coisas que não fiz.
E das coisas fizestes...
Ficou um "se" que parece ainda por vir.
E no porvir...
Nesse amanhã que nunca chega...
Acordar com o gosto na minha boca.
Do seu beijo.
Uma nova lembrança.
Minha memória sendo agora refeita.
Como uma manhã, tarde e noite tão perfeita.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Do acaso

Jamais busquei achar.
Palavras soltas e perdidas no ar.
Mas encontrei mensagens escondidas.
Memórias contidas de algum lugar.
Não sei ao certo onde,
tampouco sei de quando.
Apenas assim no espaço e na memória,
alguém registrou como história.
Ou seriam falsas lembranças?
Passagens criadas para iludir.
De estórias inventadas.
Imagens de um outrora que já foi pintado,
mas agora apagado.
Deixou na minha mente registrado.
Por essa caminhada que fiz,
pela nova estrada do acaso.


Deserto

Você se foi deixando apenas marcas.
Eu que era toda sua, agora fiquei perdida 
e sem rumo...me sinto nua.
Ficaram espalhados pelo quarto...
...traços e pedaços seus em mim.
Como folha de papel colado, você rasgou...e partiu...
Deixando apenas o que sobrou de ti aqui.
Agora já nem sei mais o que faço...
Fico perdida sem teu "oi amor",  sem teu abraço.
O que restou de mim foram só alguns cacos
Aqui dentro ficou tão enorme esse espaço...
Por isso agora eu sei...é duro ter que dizer.
Foi culpa minha por te perder
Perdoa me amor,...te digo volta.
Ficou tudo tão deserto.
Vem logo mandar essa saudade embora.
Preciso muito de ti agora.




quarta-feira, 20 de maio de 2020

Do ontem e agora

 Relatos de tempos passados.
Imagens que guardamos daqueles dias...
Palavras ditas, traços marcados por tinta...
...caderno velho de memórias sofridas.
Houve, antes não tivesse havido.
Exposto, embora jamais deposto.
Lágrimas, mesmo que secas agora.
Páginas, folhas e folhas jamais escritas.
Ficou no ontem...
O que não podemos agora sentir...
Ficou no quase...
O amor que não podemos nos permitir.


sexta-feira, 8 de maio de 2020

Coração viajante

Bem antes, e durante... quando era apenas mais um viajante.
Entre galáxias e constelações, de muitos sóis.
         [Havia mais que um universo]
E assim como desfeito de apegos e afagos...
Por todo lado nunca pedia passagem...e seguia...
..sem muitas bagagens no peito para levar.
Não costumava nunca escrever e rimar.
Pois não era preciso papel e caneta levar.
Por que iria escrever sobre a mentira de amar?
Só tinha planetas sem vida para ver...
Muita poeira a contemplar.
Mas havia por lá...um planeta todo azul.
E que por acaso resolvi visitar.
E assim que me acheguei.
De longe sentado no horizonte.
Fui sendo atraído pela imagem...
Não era de paisagens! Não era uma velha imagem...
Tudo tão novo...
Rosto que era como rosa num jardim.
Se destacou mesmo no relance...
Arrebatou o coração viajante...
Prendeu o espirito de menino...
Acho que não irei mais pedir passagem...
Porque agora encontrei morada...
E foi no olhar da menina amada!




Te ter é não viver partida.

Ter ver, é como contemplar uma paisagem...
...uma tão unica, como na primeira vez.

Te sentir, é como chegar próximo do fogo...
...posso sentir queimar, ardendo, calor subindo.
                                                                           [fugaz]
Te tocar, não é só como um arrepiar...
...pele na pele me faz querer e desejar.

Não é só tua imagem...
Não é apenas tua presença...
Não é só teu calor...
Nem tão pouco o teu perfume.

Quando te vejo passar...
Quando te vejo chegar...
Quando te vejo ficar...
Mas quando te vejo partir.

Ter ter é como não poder respirar...
O peito pesa.
As costas doem.
Coração que grita...
Lágrimas no rosto...
                      [de tristeza não...]
Cada uma que pelo rosto cai..

Te querer é não querer mais viver partida...
É viver o agora...
É jamais largar...Saudade que vai embora.
É apagar uma saída.
Mas tatuar
na pele nossa história.


Deixei marcado

Eu vou colorir a parede da sala.
Deixar escrito nela o que eu já senti.
De todas certezas que tive...
Até da esperança que perdi.
Eu vou quebrar na outra parede uma janela.
Usar ela para ver toda vez que o sol se for.
De todos desejos que tive...
Até do amor que perdi.
Eu deixarei tatuar no braço.
Marcar minha pela com palavras que sinto quando vejo o retrato...
De todos sentimentos que permiti...
Até da saudade que recebi.
Hoje vou escrever uma nova poesia.
Vou quem sabe, transformar ela numa canção.
Ou quem sabe...reviver e deixar viver essa paixão.