quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Poesia de vigia

  “Ainda estou aqui…”

Ainda estás à minha espreita 

Com olhos de ressaca 

Escondida entre as passarelas 

Passarelas das passagens 

Passagens do teu cotidiano 

Que és diferente de minhas vielas 

Que vou andando 

Reconstruindo meus caminhos 

Mas confesso um tanto curioso 

Pois que olhos são esses de vigia?

De onde vem?

E por que demostram pelos versos essa alegria?

Por que te escondes entre as passagens?

Por que me espreitas de teu anonimato?

Será essa a sina de ser provocado a escrita?

Espera…

Cadê vez que vens é como se fosse uma nova aquarela.

Provoque o poeta 

E espere sempre por esses versos 

Ai sentada espiando a minha janela.