quarta-feira, 29 de maio de 2019

Você

Como pode ser tão perfeita
a luz da lua em seu olhar?
Meu bem eu desejo você apenas e só por hoje.
Dançar com você no escuro da noite...
iluminado pelas estrelas.
Sim eu vi...
Asas como um anjo...
E o vento que balançava seus cabelos.
É pedir demais isso a Deus?
Só hoje...
Só por essa noite...
Você pra mim...
Seu toque...
Seu cheiro...
Um beijo...
Seu colo...
Acho que não é pedir demais.


Vazio

Olhei as fotos...
Tão perfeitas.
As novas e velhas...
...alguns empoeirados porta retratos.
Olhei para a cama...vazia.
E daquela blusa eu usurpei seu perfume...
...tão doce.
Havia alguns fios de cabelo que ficaram no travesseiro.
Esse que guardei.
O sol já entrava pelo quarto...
Mas não parecia iluminar.
... e sentado da janela desejei outro abraço.
Mas...
A saudade se achegou.
Tem sido minha nova companheira...
...parceira.
Pois será mais um dia que se passou...
...desde o dia da tua partida.
Ausência.
Solidão que deixou.
Dessas memórias...
Faço novo meu desejo...
...lascivo.
Me perco mas não te acho.
Ficou entre nós um espaço.
um quase...Infinito.
Assim sozinho sinto frio.
Nu...
Solidão vai se aproximando.
Coração perdido e contrito...
Me sinto caminhando sempre só...
Perdido na contra-mão.
Largado nessa quarto vazio.
Nessa completa...Escuridão.
Completamente perdido e confuso...
Já me sinto sem chão.




Passageiros

A vida é feita de passagens...
E dela somos passageiros.
A cada viagem uma nova imagem.
A cada paisagem devaneios.
Velhas e novas bagagens que se confundem.
Caminhos, muitas idas, e na volta um suspiro.
Memórias.
Fica no coração o registro.
Era tão bom quando rendiam cartas.
Mas o tempo se perdeu.
Tão certo como a espera.
Toda viagem, com suas passagens, imagens e devaneios...
Sempre nos deixam saudades.
Mas depois de tudo isso.
Quero ser sempre da vida...
Mais um simples passageiro.


segunda-feira, 20 de maio de 2019

Do sagrado e profano

Nada é tão sagrado quanto é profano.
Nenhum sentimento é tão puro quando obscuro.
Nem a presença pode ser maior que a saudade...
Paixões levadas pela idade.
Ou guardadas no canto
mais escuro.
Não há amizade, nenhuma só...
...que um segredo não destrua...
Mesmo a verdade nua e crua.
E há sim uma sinceridade na raiva que cultivou.
Até nos versos que deixou.
Certas magoas, alguns rancores...
Falta de favores...
Enganos.
Anos, anos...
Sagrado e profano.
Se misturam.
Se criam.
Recriam.
Se transformam.
E quando eles se formam...
Constroem imagens...
Pinturas...
Mosaicos...
Fotos...
Amarelas ou preto e branco.
Mais jamais como azul oceano.
Ou vermelho carmesim.
E da memória perdida.
Contavam histórias...
Essas contadas em rodas.
Mas agora para sempre esquecidas.



terça-feira, 14 de maio de 2019

Perguntas

Qual a resposta que se encontra em um abraço?
E que verdades existem por trás de um beijo?
Coração é senhor da razão?
É racional amar assim loucamente?
Na verdade é tão imprudente.
E respostas são subjetivas.
Verdades também não são absolutas...
Razão e emoção não se combinam.
Mas então?
É possível haver amor?
Ou não passa de ilusão?
Talvez seja fantasia.
Sonhos de madrugadas frias.
Pensamentos de dia de chuva.
Meditar ao por do sol de verão.
Ou contemplar a lua tão cheia, amarela queimada como mel.
Ou quem sabe seja...
Apenas armação.
Amor e paixão são coisas confusas.
Melhor ficar calado e seguro.
Por vezes até escondido.
E só...
Sozinho...mas não perdido.
Sentado no trono do meu mundo.


segunda-feira, 13 de maio de 2019

Como uma criança.

Felicidade.
Embora rime com saudade.
Entre elas não há reciprocidade.
Mas há esperança...
Que geralmente sentimos quando criança.
Ah... Infância.
Mas e agora que sou adulto?
Ser feliz não é fácil não.
Ainda mais agora...
Mundo torto...
Corações absortos de falsos sentimentos.
Descontente foi o amor que se perdeu.
Nessa falsa ilusão de buscar.
Mas o que se busca?
Ah...Felicidade...
Aquela lá de cima.
Que só quem é criança...
... Alcança!
Pois para ser feliz...
Precisa acreditar...
E muito mais que amar...
Saber desenhar com pedra e giz.



Pra não falar

Pra não falar amor...
Esperança ao vento...
Desde o sol até a lua...
nua, crua...
Pra não falar paixão...
Saudade, tempestade que invade...
ade, ade, ade...
Pra não falar que dói...
Esse amar, que arde...
Covarde, imenso alarde.
Pra não falar palavras...
Vazias, frias...
O contemplar...
Da foto em que ela sorria.
Mas eu falei porquês
Da paixão...
Do coração...
Desse sentimento que me faz peão.
Mas vou lembrar...
E dessa poesia...
Ilustrar uma nova melodia...
dia, dia, dia.




sexta-feira, 10 de maio de 2019

UniVersos

Eu só falo em meias palavras.
Ela se perde em frases repetidas.
Eu digo não.
Ela insiste, resiste, não...desiste.
Eu não sei gosta direito.
Ela é intensidade.
Eu fujo do assunto.
Ela faz dele um mantra.
Eu finjo não saber.
Ela entrega os pontos.
Eu sou silêncio.
Ela é como mar no silêncio de uma noite de verão.
Eu sou partida constante.
Ela é chegada itinerante.
Eu sou meia lua de outono.
Ela é o sol da primavera mais florida.
Eu gosto de planejar.
Ela...deixa rolar.
Eu sou perfeccionista.
Ela bagunça tudo.
Eu ando as vezes meio sem rumo.
Ela nunca perde o prumo.
Eu escrevo, rimo faço versos.
Ela faz de conta que entende...
Eu refém.
Ela sequestrador.
Eu tão chato.
Ela tão paciente.
Mas assim meio de repente...
Lados opostos.
Escrevem uma nova história.
Tão diferente.


quarta-feira, 8 de maio de 2019

Canções

Uma canção de amor não existe...
Nem uma nota em Sol ou Ré menor.
A letra o tempo esqueceu...ou se perdeu?
Por que falar de saudade agora?
Não há razão de nem mais uma rima!
Uma canção de solidão...
Ou saudade?
É, talvez. Então...
Componha...
Compõem...
Compus.
Dó com Fá sustenido...
Lá na sétima, depois um Si.
Acordes de baixo...
Um solo na guitarra.
Batida no chimbal.
A letra foi ela quem fez...
Quando nada disse...
Olhar distante...
Virando na esquina...
Suas costas cada vez mais distantes.
Não há mais perfume...
Nem cabelos ao vento...
Não há mais palavras...
Somente desprezo.
Uma canção de amor não, não existe!
Restou foram memórias...
Estas que eternizo por aqui.


sexta-feira, 3 de maio de 2019

Minha gramática simples


Um poema nosso, um verso, uma melodia.
Faz-se canção, palavras de nostalgia.
Digo um adeus, substantivo forte, tão abstrato quanto tua presença.
De concreto nada temos.
Talvez uma série de adjetivos, alguns verbos no presente do subjuntivo.
Qual gramática seria a nossa?
E que história no pretérito perfeito será contada?
Meu português nem é tão bom assim...
Meus sentimentos uma incógnita.
De ventos que sopram nessa tarde...
Faço presente nesses versos...
...e eternizo tua imagem.
Mas jamais terei uma resposta.