quinta-feira, 22 de julho de 2021

Desencontros e reencontros

De todos os sentimentos foi abraçar a saudade.

Quase que como um encontro premeditado.

Disseram que talvez se conheciam...

Ou quem sabe tinham amigos em comum.

Meio sem jeito ficaram em silêncio.

Saudade não se comunica em palavras.

Saudade se sente...

Diziam que gostava de ser cultivada...

Quase como as amizades que chegam sem avisar.

E nessa esquina de desencontros amarraram destinos.

Quase como um laço desatino.

Parecia que na infância se cruzaram...

Sentimento ainda muito imaturo.

Mas nos trinta e poucos a saudade chega madura...

Não percebe o enredo escrito...

Agora que são mais que conhecidos.

Se apegam, mas...

Melhor que dizer até logo, é deixar o calor do encontro refletir....

Que quando deixamos a saudade de lado...

No reencontro daquela pessoa.

Renascemos...

E no coração revivemos...

O amor...

O abraço...

O sentimento...

O deslumbramento...

Destas paixões a nosso contento.



Plantaram um jardim em copos de papel.

Assim...na janela descansava uma rosa.

Vermelha cor.

De longe podia se ver...

Próximo dela sentia-se o perfume.

Parados ali, admiravam sua beleza.

Regada a flor...

Com palavras de amor...

Cuidados mil.

Na janela a viram florescer...

Em seus botões depositaram o coração.

Plantado foi um jardim de rosas em copos descartáveis.

Cultivada...




quinta-feira, 8 de julho de 2021

UniVersos II

Eu ainda não sei resumir

Ela se perde em histórias e repetições.

Eu digo sempre sim

Ela deixa em aberto sempre um, "talvez" "quem sabe" "deixa eu dizer".

Eu ainda não sei dizer que gosto.

Ela aprendeu a dizer nas entrelinhas de um olhar.

Eu faço de uma vírgula uma frase.

Ela se fecha e esconde o sorriso.

Eu desaprendi a fingir e não saber.

Ela não entrega e recua.

Eu sou fala, emoções e música.

Ela o silêncio como num dia cinzento de inverno.

Eu não consigo ser partida.

Ela não liga em ser despedida.

Eu sou sol de inverno.

Ela a luz quente do verão.

Eu faço planos, crio expectativas.

Ela...é improviso.

Eu sou metódico.

Ela é a pessoa mais sanguínea do mundo.

Eu me perco, me acho e esqueço.

Ela me puxa, traz pro mundo, devolve o rumo.

Eu faço poesias e versos.

Ela diz que me entende.

Eu as vezes refém.

Ela sempre sequestradora.

Eu paciente...

Ela chateia, tira do sério.

Mas é sempre desse jeito...

Mundos imperfeitos.

Escrevem canções.

E acabam por assim sempre...

Unir Versos.




Pétala

Encontrei uma pétala de rosa solta no jardim.
Fruta cor da passada primavera.
Nos canteiros já não mais havia.
O sol iluminava as sobras da estação.
O que foi uma flor?
Foi como a cor do amor...
Mas...só há os galhos e a terra que ficou.
Não podem colorir as lembranças.
Peguei uma pétala solta no jardim.
Ela guardava muitas memórias.
Já não sabia sua cor.
E nem mais a linguagem do amor.


quarta-feira, 7 de julho de 2021

Por entre trincheiras

Foi na terra de ninguém...
Os entulhos.
Os corpos.
Buracos.
Restos do mundo em transição.
É nessa alegoria de uma triste memória humana.
Que paira a mente entre as trincheiras da minha vida.
Sem poder atirar para ambos os lados.
Sem bandeira.
Pátria vazia.
Perdido em meio ao barulho.
Bombas e tiros.
Soldados inimigos.
Não faço parte de lado algum.
E montado em um moribundo alazão.
Passeio em meio ao caos.
Arames e farpas me esperam.
De que lado irei eu?
Qual é o derradeiro disparo que me espera?


terça-feira, 6 de julho de 2021

Pedaços

Rabisco de calçada, com caco de telha ou giz.

Teu nome deixado lá marcado...

Amores inocentes do passado.

Marcas na árvore de nossa infância.

Passeando pela rua sem dar as mãos.

Saudade tão saudosista.

E o sol que se punha por atrás da paisagem.

Sentados no cordão da rua.

Sonhamos um mundo só...

Só...mas tão nosso.

De lugares ainda desconhecidos.

Guardado no sonho do teu abraço.

Guardo na caixinha escondida no meu quarto.

Um foto tua...

Cartas de tempos imemoriais.

Refaço e reescrevo uma história.

E no diário perdido...

Deixei marcado...

Pedaços de uma amor recortado.




Do acaso

Início, meio e fim...

Passagem no tempo.

Por hora deixando pegadas.

Rastros de lembranças desenhadas na areia.

Não eram sonhos. (Será?)

Tão pouco foram ambições.

No
caso.

Sem propósito.

Imerecido.

Desmerecido.

Vestígios materiais e imateriais.

E mesmo que impreciso...

Deixa, deixando o marco.

Para que por acaso...

Sejam na outra vida, simples relatos.



sábado, 3 de julho de 2021

Há tempos

Há tempos de cultivar flores...
Amarela e outras cores.
De fazer versos e poesias sobre novos amores.
Desenhar um futuro e traçar novos rumos.
Que de tão arrebatadores deixam a vida meio fora do prumo.
Tempo de sonhar juntos, já que nunca foi proibido.
Dar as mãos escondido, ou imaginar...
Olhares...
De abraços...
Há tempos de novos sabores.
De beijos robados.
De sentir o perfume.
Marcar na memória aquele cheiro...
Da pela macia...e do cabelo.
Tempo de duas novas metades.
De se apaixonar.
Há tempos tão nossos.
De espaços imprecisos.
Distante ou perto...
Entrelaçados pelo caminho.
E ligados pelo destino...

O triângulo do amor, segundo Sternberg - A mente é maravilhosa