quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Chuvarada

Tão de repente veio a chuva,
assim sem nem avisar...
Molhou minha pele ainda nua,
um arrepio chegou para me despertar.
Ouvi em silêncio cada segundo,
as gotas caindo ao chão da rua.
Outras que por meu corpo escorriam, devagar...
libertando, deixando um fogo e paixão,
que aceitei sem pestanejar.
Ah chuva de outono...
ainda fria como o último inverno.
Lava e limpa minha alma desnuda...
leva contigo meu medo de criança.
Tira de mim as incertezas dos dias,
carrega com eles de mim esse vazio
que me sufoca.
Nunca canso de escutar...
e sinto a nostalgia da infância.
Relembro aquela janela, naqueles dias...
memória dos meus 5, 7, 9 anos.
Minhas velhas lembranças de criança.
Lembro que de lá sonhei um mundo.
Pintei, fiz dobraduras...
desenhei e rabisquei vários sonhos.
Esses não quero que leve...
Mas rezo para que as conserve.
Apenas tire de mim, esse ser adulto confuso,
que por algum lugar nesse caminho encontrei.
Assim tão de repente como veio a chuva...
ela foi também sem avisar.
Lavou por completo minha alma...
deixou ela nua, sem mais nenhum sufocar.





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