sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Destino

Ouço o som das águas.
Como sons de tambores.
Sinto o vento que sopra sem destino.
Com ele chega a chuva que beija minha pele.
Contemplo as nuvens dançando.
Dançamos uma valsa.
Um dueto de nostalgia.
No horizonte bem distante dizem que está o futuro.
Vejo pássaros que voam até ele.
Quem me dera tivesse asas.
Então, escolho caminhar até lá.
Quantas amizades farei?
Que desafios haverão?
Ouço o som dos aves.
O som do mundo ao derredor.
Já sei que não estou mais só.
O horizonte é meu destino.

Adeus ilusão

Não, não de mais voltas não...
Não se importe tanto assim...
Volte ou vá embora.
O caminho mais fácil nem sempre
é melhor que a dor... então pegue o mais difícil!
Ainda que seja assim tão duro com as palavras.
Não minta.
Não omita.
Despistar meu coração carente não está nos planos mais.
Quero que diga: "Eu sou agora partida".
Não se deixe mais ludibriar.
Já não quero mais ter que sonhar...
Tão pouco te esperar.
Fuja de mim.
Não me diga até logo.
Diga adeus moça...
Sim, moça! Pois não ouse mais dizer meu nome.
Senão...
Ainda terei de dizer: "ainda amo e quero você!"

Haviam muros

 Eu estou errado.

Cansado e desapegado.

Sem apresso e desmotivado.

Não tenho tempo para coisas banais.

Deixei de querer entreter.

Nesse mundo selvagem.

Muros de Berlim que separam sentimentos e olhares.

Paisagens deixadas pela história de um passado perdido.

Mundo de mitos.

De verdades ditas e não ditas.

Mas sigo errando.

Sem desejos e ambições.

Nessa mundo preto e branco.

De fronteiras erguidas pela ganância e a mentira.

Paisagens descoloridas.

Desbotadas pelas falácias de néscios convertidos.

Aonde nunca vou...

Coração apertado...

Deixo de seguir o fluxo da marcha.

Assim a humanidade segue o rumo.

Já eu...

Sigo meu próprio destino.

Minha própria história.

Deixo minha própria memória.

Seguindo caminhos tortuosos fora do prumo.