quinta-feira, 29 de julho de 2010

Triste utopia (onde esperança?)



Em um breve instante toquei o infinito
escondido nas sombras do horizonte.
Caminhei pelos bosques, até o pé de mais um monte,
onde um pequeno vaso, vazio, mas lacrado,
esperava só, por mim, para ali guardar a minha sorte,
até se findar os dias da minha própria morte.
Sorte? Mas e quem nela acredita?
Epopéia dos loucos, utopia de donzelas,
mas jogado assim ao nada,
não posso deixar o futuro, perdido em um quarto escuro.
Nem posso deixar a esperança, aquelas dos iludidos,
assim disperdiçada, e apenas ali largada, ao pobre relento abandonada.
Esperança, ora, mas quem a possui?
Será o humilde, ou o soberbo provido de força,
que apenas tortura os pequenos, a atira suas alegrias e amores
assim por simples maldade, contra um alto e grande muro,
destruíndo sonhos, tornando corações vivos
em pedaços e fiapos moribundos.
Pedaços, é o que o vento soprou
tocou bem longe, levando minha inocência,
para lá, naquele primeiro horizonte
por onde muito breve toquei o infinito
e enfim então pude acordar aflito
desse pesadelo que agora deixei
nesses versos aqui escrito.

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